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Todo nódulo hepático é câncer?

Atualizado: 11 de mai. de 2021


A resposta é NÃO. Na maioria dos casos, o nódulo hepático se trata de uma lesão benigna. Geralmente os nódulos hepáticos não causam sintomas, sendo descobertos através de exames de rotina.


Os principais tipos de nódulos hepáticos são:



1. Hemangioma hepático


Consiste em uma malformação dos vasos sanguíneos de origem congênita, isto é, nasce com a pessoa. O hemangioma é o nódulo benigno do fígado mais comum. Costuma ser encontrado acidentalmente em exames de rotina. O diagnóstico pode ser feito com ultrassom, tomografia ou ressonância.


Como não existe risco de transformação maligna, a conduta diante dos hemangiomas é conservador, sem necessidade de tratamento cirúrgico. Situações de exceção ocorrem quando se tem hemangiomas gigantes ( maiores que 10 cm ) e que podem apresentar complicações como sintomas de compressão de órgãos adjacentes, coagulopatia de consumo ( conhecido como Síndrome de Kasabach-Merrit , entre outros.


2. Hiperplasia nodular focal


A hiperplasia nodular focal (HNF) é a segunda lesão hepática benigna mais comum. Sua ocorrência é maior no sexo feminino (8:1), especialmente entre 30 e 50 anos, tem prevalência variada de 0,9 a 3% na população. Apesar da predileção por sexo, sabe-se que o uso de hormônios femininos não influencia diretamente nas lesões.

Na maioria das vezes não provoca sintomas, sendo achado em exames de rotina. Esta hiperplasia tem poucas chances de se tornar maligna, por isso só precisa de ser acompanhada com exames como ultrassom, tomografia ou ressonância magnética.

Como a lesão é sintomática na minoria dos casos e não existe risco de malignização, o tratamento é conservador. Não é necessária suspensão de anticoncepcionais orais ou outros produtos a base de estrógeno para todos os pacientes, entretanto caso opte pela manutenção da droga é indicado controle em 6 a 12 meses. Para pacientes muito sintomáticos, especialmente com dor persistente sem outra causa aparente pode-se optar por ressecção cirúrgica ou métodos menos invasivos como embolização e ablação por radiofrequência.


3. Adenoma hepático

O adenoma hepático ou adenoma hepatocelular é uma rara neoplasia benigna sólida do fígado. Sua ocorrência está intimamente associada a mulheres em idade fértil em uso de terapia hormonal, nessa população especialmente susceptível sua incidência gira em torno de 3 a 4:100.000 pessoas, em homens e mulheres sem uso de terapia hormonal, essa incidência é ainda menor. Além do uso de contraceptivos, é observado também relação com uso de anabolizantes androgênicos, síndrome metabólica e síndromes genéticas como as doenças de depósito de glicogênio.

O adenoma costuma ser encontrado durante os exames por queixas de dor abdominal ou, então, como achado acidental em exames de rotina. O diagnóstico pode ser feito com ultrassom, tomografia ou ressonância, que permitem distinguir adenoma de hiperplasia nodular focal e do câncer de fígado, por exemplo.

O manejo depende da presença ou não de sintomas, do sexo do paciente e do tamanho das lesões e de seu subtipo.

Para todos os pacientes:

Suspensão e contraindicação de terapia de reposição hormonal (pode isoladamente promover regressão de lesões menores que 5cm).

Promover perda de peso, modificações de dieta e exercícios físicos, especialmente para paciente com IMC maior que 25 kg/m².

Mulheres assintomáticas com lesão menor ou igual que 5 cm:

Realiza-se ressonância com contraste em 6 meses. Caso não haja crescimento da lesão pode-se controlar por imagem anualmente. Caso ocorra aumento da lesão para mais que 5cm, é indicado o tratamento cirúrgico.

Mulheres sintomáticas ou com lesão maior que 5cm:

Devido ao risco e sangramento, controle de sintomas e potencial de maliginização estas pacientes são candidatas à ressecção cirúrgica com margens mínimas ou terapias alternativas em caso de contraindicação cirúrgica (embolização transarterial, ablação por radiofrequência)

Homens:

Todos os pacientes do sexo masculino, diagnosticados com adenoma hepático devem ser submetidos ao tratamento cirúrgico pelo risco de malignização.


Quando o nódulo pode ser câncer ?


A principal lesão maligna no fígado são as metástases. Metástases são implantes no fígado de tumores que se originam em outra região do organismo ( intestino, estômago, pâncreas, entre outros ). 90% das lesões malignas do fígado correspondem a metástases. Entretanto os tipos mais frequentes de tumores primários do fígado são: o Carcinoma Hepatocelular e o Colangiocarcinoma. O carcinoma hepatocelular (CHC) mais comumente está associado a presença de hepatopatia crônica, tendo como fatores etiológicos principais as infecções virais crônicas pelas hepatites B e C e a cirrose alcoólica. Apenas 10% dos CHC ocorrem em fígados sadios. Desde modo o paciente cirrótico necessidade de rastreamento frequente, permitindo diagnóstico mais precoce do tumor ainda em estágios que permitem o tratamento.

O Colangiocarcinoma é um tumor pouco frequente e que se origina dos canais biliares. Apesar de raro é uma lesão com comportamento agressivo e seu diagnóstico na grande maioria das vezes é realizado em fases avançadas da doença.

Portanto diante de um nódulo hepático encontrado em um exame de imagem, não hesite, procure um especialista para que a melhor conduta seja adotada.

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